sábado, 30 de julho de 2011

Marketing e Religião: Quem Manda é a Mulher - Parte III


É Diferente mas Igual


Como vimos, os estudos de neuromarketing mostraram que o processo decisório é fortemente baseado na emoção - ou a parte feminina do cérebro - que, por sua vez, é o elo principal que une religião e o consumo. Mas Lindstrom (2009) mapeou outros dez pontos onde ambos se conectam de forma intrinseca:

1 - Sensação de Pertencimento - participar de uma determinada igreja evoca as mesmas sensações de usar produtos de uma marca, quase como sentir-se membro de um clube restrito - donos de Harley Davidson e macmaníacos que os digam. Religiões possuem um fator de agregação social muito forte e isso também é encontrado no consumo de marcas, onde este é impulsionado por uma necessidade de aceitação social, pois a etiqueta fala pela pessoa bem como fazer parte de um grupo religioso pode dizer muito sobre o caráter e valores dela. 

O consumo de marcas esportivas, por exemplo, segue o mesmo padrão. Entre homens: em quantas rodas de estranhos já não iniciamos uma conversa ao saber que a pessoa torcia para o mesmo time que você? Isso ajuda na aproximação. E a devoção igualmente religiosa tendendo ao fanatismo de determinados torcedores que os une em um grupo? O termo "nação corintiana" aciona os mesmos mecanismos emocionais do que  "povo de Deus" em termos de agregação social. Vemos a mesma coisa no ramo musical. Fãs de rock existem aos montes andando com as suas camisas pretas, cabelos grandes reunindo-se em suas diversas tribos. O homem possui uma necessidade instintiva de se reunir, fazer parte de grupos assim como várias espécies de mamíferos, principalmente os superiores, e lembrando São Tomás de Aquino em 1273: "O homem é por natureza, animal social e político, vivendo em multidão."

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Marketing e Religião: Quem Manda é a Mulher - Parte II




- A Parte Racional - é o homem da casa, o senhor da razão. É a área mais nova do órgão chamado de córtex pré-frontal, presente nos primatas superiores, porém mais desenvolvida no ser humano. Na tomada de decisões é responsável pela análise lógica e fria de uma situação, tendo a capacidade de ignorar as emoções: é o cocheiro que controla os cavalos (ou pelo menos tenta).


Esta estrutura foi um avanço tremendo na evolução (desculpem-me Criacionistas), pois permitiu o ser humano contemplar a si próprio e as emoções dando a ele a capacidade de ignorá-las se necessário. Por exemplo, se formos ceder sempre ao cérebro emocional na hora de uma compra, corremos o sério risco de passarmos por problemas financeiros.


Os religiosos sabiam bem disso ao conceber o conceito de tentação tão bem exemplificado na passagem onde Jesus Cristo é tentado pelo diabo, uma excelente metáfora para o embate dos córtex orbito e pré-frontal. A parte racional resistiu as provocações da irracional mantendo-se fiel as suas crenças negando seus instintos de sobrevivência na primeira tentação, rebatendo uma afirmação intelectual com outra mostrando capacidade raciocínio e discernimento intelectual na segunda e na terceira resistindo aos sentimentos de posses materiais através de sentimentos relativos a sua fé de modo consciente. Um significativo exemplo de controle racional em uma situação emocional extrema.

sábado, 23 de julho de 2011

Marketing e Religião: Quem Manda é a Mulher


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Associação controversa para muitos, marketing e religião andam lado a lado. Apesar de aparentemente não guardarem relação - afinal, o que ciência de mercado tem haver com religião* - uma visão mais aproximada revela muitas semelhanças. Não me refiro as idéias ja bastante conhecidas de corporativização religiosa e sim as semelhanças ontológicas entre ambos.
Mas para explicar melhor é necessário enveredar pelo verdadeiro órgão responsável por levar alguém tanto ao shopping quanto a uma igreja: o coração.


Quem manda de verdade lá em casa


O que é a intuição feminina? É o resultado de milhares de anos sem pensar.
Anedota popular




Tanto no prazer em buscar o contato com uma inteligência superior quanto em decidir por qual carro comprar os mesmos mecanismos emocionais são ativados. Existe algo em comum acontecendo dentro da nossa cabeça ligado a sentimentos diversos: decisões emotivas.
Lehrer (2010), através de estudos neurológicos explica como o processo funciona em um cérebro dividido entre a razão e a emoção. A teoria vigente até então colocava a razão sob os holofotes deixando as emoções como coadjuvantes. Mas as análises demonstraram que o ator principal é outro. Vamos ao elenco começando pelas damas:
- A parte emocional - poderíamos chamar de parte feminina do cérebro por razões óbvias. Basicamente é formada pelo sistema límbico que, por sua vez, é composto pelos setores mais primitivos do órgão. A parte mais nova chamada de neocórtex pertencente aos mamiferos superiores sendo ela que nos diferencia dos animais por ser a sede do raciocínio lógico, inteligência e da moralidade.